quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Para saber mais...

A literatura de cordel é assim chamada pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em barbantes (cordão), nas feiras, mercados, praças e bancas de jornal, principalmente das cidades do interior e nos subúrbios das grandes cidades. Essa denominação foi dada pelos intelectuais e é como aparece em alguns dicionários. O povo se refere à literatura de cordel apenas como folheto.

A tradição dessas publicações populares, geralmente em versos, vem da Europa. No século XVIII, já era comum entre os portugueses a expressão literatura de cego, por causa da lei promulgada por Dom João V, em 1789, permitindo à Irmandade dos Homens Cegos de Lisboa negociar com esse tipo de publicação.

Esse tipo de literatura não existe apenas no Brasil, mas, também, na Sicilia (Itália), na Espanha, no México e em Portugal. Na Espanha é chamada de pliego de cordel e pliegos sueltos (folhas soltas). Em todos esses locais há literatura popular em versos.

Segundo Luiz da Câmara cascudo, no livro Vaqueiros e cantadores (Porto Alegre: Globo, 1939. p.16) os folhetos foram introduzidos no Brasil pelo cantador Silvino Pirauá de Lima e depois pela dupla Leandro Gomes de Barros e Francisco das Chagas Batista. No início da publicação da literatura de cordel no País, muitos autores de folhetos eram também cantadores, que improvisavam versos, viajando pelas fazendas, vilarejos e cidades pequenas do sertão. Com a criação de imprensas particulares em casas e barracas de poetas, mudou o sistema de divulgação. O autor do folheto podia ficar num mesmo lugar a maior parte do tempo, porque suas obras eram vendidas por folheteiros ou revendedores empregados por ele.

O poeta popular é o representante do povo, o repórter dos acontecimentos da vida no Nordeste do Brasil. Não há limite na escolha dos temas para a criação de um folheto. Pode narrar os feitos de Lampião, as "prezepadas" de heróis como João Grilo ou Cancão de Fogo, uma história de amor, acontecimentos importantes de interesse público.

Segundo Ariano Suassuna, um estudioso do assunto, a literatura popular em versos do Nordeste brasileiro pode ser classificada nos seguintes ciclos: o heróico, o maravilhoso, o religioso ou moral, o satírico e o histórico.

Atualmente, a literatura de cordel não tem um bom mercado no Brasil, como acontecia na década de 50, quando foram impressos e vendidos dois milhões de folhetos sobre a morte de Getúlio Vargas, num total de 60 títulos.

Hoje, os folhetos podem ser encontrados em alguns mercados públicos, como o Mercado de São José, no Recife, em feiras, como a de Caruaru, e em sebos (venda de livros usados). Há uma coleção de folhetos de cordel disponível para consulta, no acervo da Biblioteca Central Blanche Knopf e no Museu do Homem do Nordeste, da Fundação Joaquim Nabuco.

Autor desconhecido - texto extraído do site www.fundaj.gov.br - Fundação Joaquim Nabuco

4 comentários:

Anônimo disse...

eu achei que esse blog e uma ajuda mante a cultura...e que o nosso povo nordestino vive no dia-a-dia

Unknown disse...

otimo o seu blog de literatura de cordel
alem de ser uma literatura é uma otima forma de se expresar e de expor a sua revolta em forma de uma obra como esta!!!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

ESTA LITERATURA DE CORDEL FOI MUITO BEM FEITA
ELA MOSTRA O POBRE SERTÃO,O POVO NORDESTINO QUE PRESIÇA DE AJUDA!
MAIS O NORDESTINO SABE BEM COMO SE DEFENDER!
O NORDESTINO NÃO É UM POBRE HOMEM!
MAIS SIM UM GRANDE HERÓI DO SERTÃO NORDESTINO!
PLANTA OQUE COMER E COLHE COM MUITO CARINHO!
O NORDESTINO NÃO É COMO UM PAULISTA QUE TEM SEU MODO DE FALAR SERTO!
MAIS O NORDESTINO TEM O CARATER DE HOMEN DE CONFIANÇA!
ESSA É A RIQUEZA DO NORDESTINO!
NÃO TRABALHA ROBANDO DINHEIRO DE OUTRO
MAIS SIM COM SUA DIGNIDADE E SEU PRÓPRIO SUOR!
SOU NORDESTINO E TENHO ORGULHO DE SER!

JÚLIO CÉSAR MOURA